Você pode até saber qual era a bebida que os vikings tomavam em seus copos de chifres, porém a história do hidromel vai muito além de Valhalla e percorre milênios de história. De guerreiros a piratas, de camponeses à realeza, todos provaram o líquido dourado em algum momento. Embora sua popularidade tenha diminuído nos últimos séculos, a era moderna está vivendo um ressurgimento desta antiga bebida.
1. Possivelmente a bebida mais antiga de todas
Apesar de ser um assunto muito debatido por arqueólogos e historiadores ao redor do mundo, o hidromel leva vantagem sobre o assunto por algumas razões. Enquanto o vinho e a cerveja requerem o domínio da agricultura para seu uso habitual na fermentação, o mel já estava presente na dieta humana desde a época do homem das cavernas. Outro ponto é que a fermentação básica do mel exige menos interferência humana, basta um recipiente com mel se misturar com água da chuva para ocorrer a fermentação ao longo dos dias. No caso das outras bebidas é preciso moer os grãos ou macetar as uvas para possibilitar a absorção dos açúcares para as leveduras. Existem inclusive algumas evidências diretas que corroboram com a teoria, como vasos de cerâmica chinesa datados de 7000 a.C. que sugerem que foram utilizados para fermentar mel. Por isso, ao que tudo indica, o hidromel provavelmente é o avô de todas as bebidas fermentadas.
2. Hidroméis podem ser incrivelmente variados
Se você achou que cervejas possuem muitos estilos é porque provavelmente nunca tomou uma "Braggot", estilo de hidromel que leva malte na sua composição. Talvez consiga imaginar hidroméis que levam frutas, mas já pensou com café ou pimenta? Existem estilos pouco alcoólicos como os "Short Meads" ou ultra licorosos como os "Sacks". Com mel caramelizado como os "Bouchet", até estilos mais excêntricos como "Rhodomel", muito apreciado no período Romano que leva pétalas de rosa ou água de rosa na sua receita.
3. Nunca deixou de ser consumido na Polônia
A produção e o consumo de hidromel na Polônia são uma tradição que remonta há séculos. Na Idade Média, a Polônia era coberta por florestas primitivas, que o cronista do século 12 Gallus Anonymus chegou a descrevê-las como "fluindo com mel". Essa abundância de mel e um clima inadequado para o cultivo de uvas significava que o hidromel foi muito mais popular do que o vinho na época. Materiais históricos descrevem também tradições culinárias polonesas dos séculos 17 e 18 com diversas menções à bebida. O hidromel era produzido e servido em hidromelarias, conhecidas em polonês como "miodosytnie", que eram marcadas com uma cruz vermelha acima da porta para distingui-las das cervejarias, marcadas com um fio de palha, e das vinícolas, marcadas com uma coroa de flores. Apesar de seu consumo ter diminuído nos dias de hoje, ainda é uma bebida conhecida e consumida em reuniões familiares ou celebrações importantes no pais.
4. Presente na realeza
Provavelmente você já imaginou reis e rainhas de outras épocas consumindo hidromel. Mas você sabia que a rainha Elizabeth II é conhecida por ter preferência pela bebida? Inclusive, mantém uma receita favorita feita com alecrim, tomilho, folhas de louro e briar doce. Já os vikings produziam dois tipos diferentes de hidromel, com versões de mel puro reservadas apenas para a realeza.
5. Agradeça sua "Lua de Mel" ao hidromel
Antes dos afrodisíacos em cápsula, existia o hidromel. O termo “Lua de Mel” vem da tradição medieval de beber hidromel durante um ciclo de lua cheia após um novo casamento - toda aquela essência dourada supostamente garantiria uma união frutífera com muitos filhos. Este costume era levado tão a sério que o pai da noiva costumava doar o equivalente a um mês de hidromel como presente aos novos pombinhos.
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